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23 de Abril de 2024
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    Parque Zoobotânico de Petrolina contribui para preservação da caatinga/PE

    Com apenas três anos de implantação, o Parque Zoobotânico do 72º Batalhão de Infantaria Motorizado em Petrolina, Sertão do Estado, já se configura como um dos mais importantes equipamentos de preservação da caatinga.

    Já são 120 animais e mais de 50 espécies vegetais típicos do ecossistema.

    "Alguns são extremamente raros, a exemplo de uma espécie de macaco prego, considerado em alto risco de extinção. Em Pernambuco, ele foi observado somente na Mata Atlântica, perto do município de Ipojuca, e também há relatos dessa espécie na área de caatinga no Rio Grande do Norte. Este animal foi considerado extinto por muitos anos porque havia sido observado na época do Brasil Colonial e, depois, há poucos anos, redescoberto como espécie.

    Há poucos locais no país onde eles existem em cativeiro, a exemplo de João Pessoa (PB) e São Paulo" , destaca o veterinário responsável pelo parque, tenente Marcos Belo.

    "Apesar dessa peculiaridade, o macaco prego não chama tanta atenção como espécie. Por incrível que pareça, quando os visitantes chegam aqui, as serpentes são os animais que mais chamam atenção" , complementa o oficial.

    Para o efetivo funcionamento do parque Zoobotânico, o 72 BI conta com parcerias de outras instituições, a exemplo da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e Embrapa Semi-Árido. "A Embrapa fornece mudas e apoio técnico. Com a Univasf existem alguns projetos encaminhados para o ministério da Defesa.

    Poderemos, futuramente, contar com o laboratório e a estrutura da universidade. Tem uma parceria, inclusive, no sentido da troca de experiências e pesquisas. Recentemente tivemos aqui um curso de manejo, contenção química e física de animais silvestres. Recebemos alunos e professores que tiveram acesso a conhecimentos diversos e analisaram a biometria dos animais", destaca o oficial.

    Outros dois órgãos que atuam em consonância com o Exército Brasileiro no parque Zoobotânico são o Ministério Público de Pernambuco e o Ibama. Através da promotoria do Meio Ambiente, o MPPE tem revertido muitas penalidades impostas por infrações ambientais em doações de alimentos para os animais atendidos no equipamento público. Já o Ibama encaminha os animais.

    "Quando o parque foi criado, muitas pessoas acharam que era uma espécie de abrigo para acolher todos os animais encontrados na região. Não é bem isso.

    A gente trabalha em parceria com o Ibama, não podemos receber animais de transeuntes, da população civil. O órgão que fiscaliza, captura e resgata animais silvestres é o Ibama. Caso alguém encontre um animal silvestre em sua casa, a orientação que damos é para que seja acionado o Corpo de Bombeiros ou o Ibama.

    É este último órgão quem vai dar a destinação do animal" , explica o veterinário.

    Cinco animais - sendo dois répteis, um roedor e duas aves - se reproduziram no cativeiro, entre eles, uma arara canindé e o jacaré do papo amarelo. "Alguns destes não se reproduzem facilmente em cativeiro.

    Isso sinaliza que estão sendo bem tratados aqui e que o manejo está correto" , frisa o sargento Josenilton Rodrigues.

    Quem visita o parque do 72 BI encontra, também, espécies vegetais típicas do bioma caatinga.

    São mais de 50 espécies, divididas entre herbáceas, cactáceas e arbóreas. "São plantas de grande utilidade na região porque, além de servir para trabalhos didáticos, têm valia para o sertanejo, o vaqueiro. Pode-se registrar diversas utilidades, entre elas, a medicina alternativa, que ainda é forte na região. São plantas que servem como forragem para animais, algumas possuem flores específicas para enfeites. Ou seja, temos essa diversidade de vegetais na caatinga", observa o sargento.

    Treinamento

    Além de representar área de preservação da caatinga, o parque zoobotânico também funciona como espaço para treinamento de militares. De acordo com o tenente Marcos Belo, os oficiais que chegam para atuar na unidade do Exército em Petrolina passam por um estágio de adaptação na caatinga.

    Militares de outras regiões e até mesmo outros países, também fazem contato com a vegetação e fauna típicos do ecossistema.

    "O 72 BI é um batalhão de emprego peculiar. A gente sabe que a caatinga apresenta características diversas, entre elas, restrição de água, além de vegetais que são bonitos, mas muitos deles, são espinhosos e venenosos.

    Esse curso prepara para enfrentar esse desafio. Assim que chega aqui, o militar tem instrução de fauna e flora. Há espécies como favela de galinha e cansação, por exemplo, que, se o militar não identificar e fizer o contato, pode sair com lesões graves. Ele aqui também pode visualizar espécies de animais. Há militares que nunca viram animais como carcará e guaxinim. Aqui eles podem ver estes animais, conhecer melhor seus hábitos".

    Com cerca de 20 mil visitas/ano, o parque zoobotânico fica sob a batuta de uma equipe formada por um oficial, um sargento e quatro soldados cuidadores.

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