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5 de Maio de 2024
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    Cinco meses de monitoramento da qualidade do ar em Ipatinga/MG

    O promotor Walter Freitas acompanha informações detalhadas e em tempo real no MP. Dados vão também para a Feam e Usiminas e ainda este ano para a PMI. Painéis garantem acesso da população às informaçõesatualizadas de hora em hora. IPATINGA A rede de monitoramento da qualidade do ar em Ipatinga completou neste domingo, 21, cinco meses de operação. Os resultados do seu funcionamento são positivos, na medida em que socializam informações sobre o ar na cidade e permite adoção de medidas de controle, mais rápidas e eficientes. A avaliação é do promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Walter Freitas de Moraes Júnior. Os painéis com leituras de monitoramento, instalados na Praça dos Três Poderes, Parque Ipanema e bairros Cariru e Horto (Shopping do Vale do Aço), dão a informação em tempo real da qualidade do ar medida em quatro estações localizadas em pontos distintos da cidade, Cariru, Veneza, Bom Retiro e Cidade Nobre. O promotor Walter Freitas confirma que entre a primeira e a segunda semana de outubro houve de fato picos de queda acentuada na qualidade do ar em Ipatinga, com medidas tomadas em tempo para a solução e controle da poluição. Mas o promotor descarta a relação entre esses picos de ar inadequado e a entrada em operação da nova coqueria da Usiminas. No entendimento do representante do MP, que acompanha de perto as medidas de controle da emissão dos poluentes por meio da rede, a construção da Coqueria 3 foi feita dentro de padrões de controle de emissões, semelhantes aos estabelecidos na Europa e Estados Unidos. No mesmo caminho, a Coqueira 2, que será reconstruída, atenderá normas rigorosas de emissão de poluentes. Segundo o representante do MP, atualmente a Coqueria 2 é extremamente danosa ao ambiente, pois foi construída em uma época em que não havia exigências de controle como as de hoje. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Usiminas e o Ministério Público, estabelece que até julho de 2013 a Coqueria 1, também poluidora, deverá estar desativada, independentemente de a Coqueria 2 estar reformada ou não. O desafio, segundo MP, é administrar essa situação dentro de normas que a legislação determina. Antes essas informações eram desconhecidas pelas pessoas e hoje todos têm as informações em tempo real mostradas nos painéis. Aqui no MP há um terminal com as informações detalhadas da emissão de poluentes, observa Walter Freitas. Modelo O promotor Walter Freitas explica que a rede, se não for a melhor, é uma das mais avançadas do país e cita o caso da capital São Paulo, onde se tem notícia da existência de oito estações de monitoramento, entre as quais apenas uma é capaz de medir a emissão de hidrocarbonetos. Em Ipatinga todas as quatro em funcionamento medem os níveis desses poluentes. Os dados colhidos nas estações têm sido apresentados em palestras nas empresas e, principalmente, para a pesquisa científica nas universidades. Walter Freitas explica que já recebeu equipes do Unileste-MG, da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade Federal de Ouro Preto, interessados na análise dos dados. Faço questão de tornar público esses dados, que até pouco tempo eram desconhecidos, frisa. Ozônio Nos dias mais quentes ou mesmo na virada das estações, a população das partes mais altas do Vale do Aço pode perceber uma camada cinza que se acumula no horizonte. O fenômeno da inversão térmica, chamado de smog também tem sido monitorado. É nessa camada que se acumulam os poluentes mais agressivos. Na prática, trata-se da aglomeração no ambiente da poluição industrial, e também da poluição gerada pela emissão do dióxido de carbono, e da fumaça dos escapamentos de motores dos carros. Foi com a observação da rede que, no começo do mês de outubro, foram verificados picos de qualidade do ar entre regular e inadequada e verificada a presença do gás ozônio no ar de Ipatinga por dois dias. O promotor informa que o ozônio é um poluente secundário, oriundo da produção de outros poluentes, misturados à irradiação solar de grande intensidade. Estações vigiam origem das emissões. Dados atualizados de hora em hora permitem ações corretivas Na avaliação do superintendente de Meio Ambiente da Usiminas, Pedro Luis Ribeiro, a principal vantagem da rede automática de monitoramento do ar é o seu funcionamento 24 horas por dia, com atualização dos dados a cada hora. Antes, as medições eram feitas de forma pontual a cada semana. O modelo implantado em Ipatinga, explica Pedro Luis, resulta de um estudo científico acompanhado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente, Departamento Municipal de Meio Ambiente e Fundação Gorciex, que presta assessoria técnica ao Ministério Público Estadual. O estudo abrangeu as condições meteorológicas da região, relevo, inventário das fontes de poluição, no caso a Usiminas, empresas do entorno e do trânsito da cidade. As estações automáticas monitoram a qualidade do ar de Ipatinga como um todo e não apenas na área da usina. O resultado das emissões é enviado automaticamente para a Usiminas, com cópias para a Feam, Ministério Público (MP) e este ano ainda passa a enviar para o Departamento de Meio Ambiente do município de Ipatinga, onde será montado um terminal conectado com as estações. O serviço faz parte do acordo da liberação de área pública para instalação da estação no Veneza, quando ficou acertada, também, a instalação de quatro painéis eletrônicos, com informações em tempo real sobre a qualidade do ar em Ipatinga. Nesse monitoramento, se percebemos variações importantes, procuramos identificar imediatamente qual a contribuição que a Usiminas tem naquele momento. Não tivemos até hoje nenhum evento em que a empresa contribuía diretamente. Se isso ocorrer, as medidas serão adotadas imediatamente, detalhou Pedro Luis. Ainda segundo o superintendente, no episódio de outubro, quando a qualidade do ar ficou inadequada por causa da presença do ozônio, foi constatado que não havia participação direta da Usiminas. Naquele momento não havia qualquer anormalidade nas nossas emissões, observou. Sobre esse episódio do ozônio, registrado na primeira semana de outubro passado, um relatório do MP, aponta que as fontes em Ipatinga não emitem ozônio, formado naturalmente na atmosfera a partir da reação química de óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos, (esses sim, poluentes emitidos no processo siderúrgico), por meio da ação da radiação solar. No período em questão a radiação estava cerca de 60% maior do que a média diária. Ainda segundo o MP, o índice da qualidade do ar inadequada indica que a população pode apresentar sintomas como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta. Ao fim do dia, com a redução da incidência do sol, o ozônio tende a reduzir seus níveis com a qualidade do ar retornando aos níveis normais, explica nota técnica do MP.

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