Belo Monte derruba presidente do Ibama
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA), Abelardo Bayma, pediu demissão do cargo por
discordar da emissão da licença definitiva para a implantação da Usina
Hidroelétrica de Belo Monte, prevista para ser construída no rio Xingu,
no Pará.
Em carta enviada à ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, Abelardo
alegou motivos pessoais para pedir exoneração do cargo. Mas revelou a
amigos que deixou o posto depois de ter sido pressionado pela diretoria da
Eletronorte a emitir a licença definitiva em nome do IBAMA para a
instalação da usina. Ele estava no cargo desde abril do ano passado e é
funcionário de carreira da autarquia.
Em reuniões com a diretoria da Eletronorte há dez dias, Abelardo se negou
a emitir a licença definitiva para a construção da usina. Ele argumentou
que o IBAMA não poderia emitir o documento porque o projeto ainda está
cheio de pendências ambientais. Abelardo admitiu que o IBAMA poderia
emitir a licença para a instalação e não a definitiva. A construção de
Belo Monte foi um dos motivos que levou ao pedido de demissão da
ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Ela discordava da implantação
da usina alegando que a obra causará fortes danos ambientais na região com o alagamento de uma área de aproximadamente 500 km2.
As divergências sobre Belo Monte provocaram um confronto no governo entre
Marina Silva e a então ministra-chefe da Casa Civil, a presidenta Dilma
Rousseff, que defende a antecipação dos prazos para a conclusão da usina,
prevista inicialmente para outubro de 2015, um ano após o mandato
presidencial. Para conseguir antecipar a conclusão, como quer Dilma, é
preciso que o Ibama antecipe as licenças, mas o instituto alega que há
falhas técnicas a serem reparadas no projeto. A previsão é que Belo Monte
gere mais de 11 mil megawats para atender a uma população de 26 milhões
de pessoas na região Norte.
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